Em todas
as máquinas e mecanismos mostrados na parte 1, as operações já estavam
previamente programadas, não sendo possível inserir novas funções.
Contudo, no ano de 1801, o costureiro Joseph Marie Jacquard desenvolveu
um sistema muito interessante nesta área.
A indústria de Jaquard
atuava no ramo de desenhos em tecidos, tarefa que ocupava muito tempo de
trabalho manual. Vendo este problema, Joseph construiu a primeira
máquina realmente programável, com o objetivo de recortar os tecidos de
forma automática.
Tal mecanismo foi chamado como Tear
Programável, pois aceitava cartões perfuráveis com entrada do sistema.
Desta maneira, Jaquard perfurava o cartão com a desenho desejado, e a
máquina o reproduzia no tecido. A partir desse momento, muitos esquemas
foram influenciados pelo Tear, incluindo o que vamos explicar logo
abaixo.
A Máquina de Diferenças e o Engenho Analítico
No
ano de 1822, foi publicado um artigo científico que prometia
revolucionar tudo o que existia até o exato momento, no ramo do cálculo
eletrônico. O seu autor, Charles Babbage, afirmou que sua máquina era
capaz de calcular funções de diversas naturezas (trigonometria,
logaritmos), de forma muito simples. Este projeto possuía o nome de
Máquina de Diferenças.
Houve um grande boom na época por causa disso, pois as ideias
aplicadas no projeto estavam muito a frente do seu tempo. Por causa de
limitações técnicas e financeiras, a Máquina de Diferenças só pôde ser
implementada muitos anos depois.
Após
um período, no ano de 1837, Babbage lançou uma nova máquina, chamado de
Engenho Analítico (Máquina Analítica). Ela aproveitava todos os
conceitos do Tear Programável, como o uso dos cartões. Além disso,
instruções e comandos também poderiam ser informados pelos cartões,
fazendo uso de registradores primitivos. A precisão chegava a 50 casas
decimais.
Novamente, ela não pôde ser implementada naquela
época, pelo mesmo motivo de limitações técnicas e financeiras.
Simplesmente a tecnologia existente não era avançada o suficiente para
a execução do projeto. Contudo, a contribuição teórica de Babbage foi
tão grande, que muitas de suas idéias são usadas até hoje.
A Teoria de Boole
Se
Babbage é o avô da computador do ponto de vista de arquitetura de
hardware, o matemático George Boole pode ser considerado o pai da lógica
moderna. Boole desenvolveu, em 1847, um sistema lógico que reduzia a
representação de valores através de dois algarismos: 0 ou 1.
Em
sua teoria, o número “1” tem significados como: ativo, ligado,
existente, verdadeiro. Por outro lado, o “O” representava o inverso: não
ativo, desligado, não existente, falso. Para representar valores
intermediários, como “mais ou menos” ativo, é possível usar dois ou mais
algarismos(bits) para a representação. Por exemplo:
- 00 – desligado
- 01 – carga baixa
- 10 – carga moderada
- 11 – carga alta
Todo o sistema lógico dos computadores atuais, inclusive o do
qual você está usando, usa a teoria de Boole de forma prática. Para mais
informações sobre o assunto, visite o seguinte artigo.
Máquina de Hollerith
O
conceito de cartões desenvolvidos na máquina de Tear Programável também
foi muito útil para a realização do censo de 1890, nos estados unidos.
Nessa ocasião, Hermann Hollerith desenvolveu uma máquina que acelerava
todo o processo de computação dos dados computados.
Ao invés da
clássica caneta para marcar X em “sim” e “não” para perguntas como sexo,
idade, os agentes do censo perfuravam estas opções nos cartões. Uma vez
os dados coletados, o processo de computação da informação demorou
aproximadamente 1/3 do comum. Foi praticamente uma revolução na maneira
de se coletar dados.
Aproveitando todo o sucesso ocasionado por sua máquina, Hollerith
fundou sua própria empresa, a Tabulation Machine Company, no ano de
1896. Após algumas fusões com outras empresas e anos no comando do
empreendimento, Hoolerith veio a falecer. Quando um substituto assumiu o
seu lugar, em 1916, o nome da empresa foi alterado para Internacional
Business Machine, a mundialmente famosa IBM.
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